E o sonho acabou!

Não sei se já comentei isso aqui, mas eu tenho vergonha de não atualizar o blog. Tanta vergonha que não consigo nem entrar nele pra ver as atualizações de amigos, muito menos de comentar em seus respectivos blogs. Quando não escrevo, sinto realmente estar em falta com algo. E assim, a falta de escrever gera mais distância da página, e essa distância acaba por se perpetuar.

Duas semanas atrás passei, talvez por uma das primeiras vezes, por um grande amargor da vida. Depois de meses atrás de emprego, surgiram aulas em Joinville – aulas que abracei prontamente. Sabia que haveria algumas dificuldades, visto que o colégio que trabalharia é em Pirabeiraba, mas encarei. A tristeza (ou não!) é que duas semanas depois me oferecem 40h/a de trabalho no estado do Paraná.

As vantagens? Um salário maior, estar em minha casa, ir e voltar de carro, ter um computador e meus livros a mão, além de não ter que pagar passe, comida e aluguel. As desvantagens também são fortes. Voltar para casa e, juro, o que mais pesou para mim: largar aquela turma de estudantes do nada. Não foi um fim de semana fácil.

Optei por voltar ao Paraná.

Dar aulas onde você estudou uma boa parte da sua vida é engraçado. Eu posso até ser um professor como eles, mas relação de submissão continua a mesma dos tempos de estudante. Não sei se é coisa de ‘novato’, mas de certa forma ainda não me sinto habitante natural da sala dos professores. Mas o mais gritante é perceber como quatro anos de estudo sobre didáticos vão para o ralo em instantes.

Não há mobilização que resista a uma turma de 45 pessoas (46 se contar comigo), em salas que caberiam no máximo 35. Não há didática que dure! Não importa o que você faça, estão sempre muito próximos um do outro, quase sempre respirando nas costas do colega, e tudo o que você ouviu de todos os seus professores nos últimos tempos vira pó junto do giz. De maneira nenhuma estou fazendo um manifesto contra técnicas de ensino, ou dizendo que de nada elas prestam. Pelo contrário, apesar de obter pouquíssima resposta, essa ninharia advém justamente dessa luta. Se não fosse ela, nem mesmo isso aconteceria.

O que eu quero frisar aqui de maneira nenhuma é algo novo. É algo que povoa a fala de qualquer recém formado: um curso de licenciatura, pelo menos o que eu fiz, não prepara para o que estou enfrentando. Não prepara para um sistema educacional defasado. Isso é falha da instituição? Ainda não tenho condições de dizer.

Mas o pior, o mais revoltante, é que essa luta é instigante! Estou aqui escrevendo e olhando para uma série de livros didáticos que vou usar para preparar as minhas aulas amanhã a tarde. Isso é o ser professor?

2 comentários:

Alberto Ferreira disse...

Se preparasse talvez ninguém mudasse o que está posto...
Sei lá, de qualquer maneira, volto a usar a frase: "quanto mais treino mais sorte eu tenho".
Boa sorte então (de novo).

Filipe Ferrari disse...

Ao menos tu tá no Paraná, hehehe...

Boa sorte aí meu amigo!