E agora Carlito?

Pode parecer estranho, mas, depois de ler “A Revolução dos Bichos” de George Orwell, não consegui deixar de ver Joinville como uma fazenda e, tal qual há no livro, uma fazenda com seus porcos governantes. Aqui é necessário fazer um adendo: o conceito de porcos não pode ser considerado de maneira nenhuma pejorativo, pois, tal como escreveu Orwell, os porcos eram os animais mais inteligentes da fazenda. Quem dera ser eu um grande porcalhão!

Mas porque essa idéia de fazenda não tem saído de minha limitada mente juvenil? Porque (e quem leu o livro vai perceber isso facilmente) há muito elementos comuns na história daquela granja e nos tempos recentes da “Cidade dos Príncipes”. Pode-se começar pelo fato de, no final do ano passado, os cidadãos joinvilenses terem se unido para acabar com uma dinastia de proprietários que não se preocupavam em arar a terra tanto quanto deveriam. Crescia o mato a beira das ruas e, invariavelmente, esqueciam-se de represar o açude que sempre transborda. No livro houve uma rebelião que acabou colocando os porcos no poder, aqui foi elevado a prefeitura um partido de esquerda, partido de braços dados com a democracia, partido voltado ao social. Será?


Na fazenda, os porcos começaram a tomar atitudes estranhas. Primeiro silenciaram a oposição e, depois, acabaram se unindo com os donos de fazendas vizinhas! Pasmem: os porcos revolucionários em reuniões com granjeiros tradicionais. Outro dia ouvi boatos de que o tal partido de esquerda, aquele que tem braços dados com a democracia, quer expulsar (se não quer tomar a atitude, criar situações favoráveis para a saída) camaradas que se sentem no dever de questionar certas reuniões entre nossos porcos e os antigos proprietários da Fazenda Joinville. A vida imita a arte ou a arte imita a vida?


Nesse momento é necessário repetir a questão que intitula esse texto: e agora Carlito? E agora PT? Onde isso vai parar? Em “A Revolução dos Bichos” os porcos acabaram andando sobre duas pernas, jogando cartas com os novos amigos humanos e chegando ao ponto máximo de não se reconhecer quem era suíno e quem era humano. Pessoalmente, hoje, já vejo o governo como um quase completo Homo Sapiens, infelizmente.

4 comentários:

Maikon K disse...

cara.
manda pro Notícias do Dia.
manda caceta!!!!!!!!!!

abraço
Maikon K

Maikon K disse...

se liga mané:
http://meucoracaoficounacidade.blogspot.com/

Alberto Ferreira disse...

Penso que a arte imita a vida.

Tem outro livro que lembra muito sobre o assunto. A Engrenagem do Jean-Paul Sartre.

Filipe Ferrari disse...

Só ficou bom por conta das críticas pré-postagem, he he he.

Mentira, tá do caralho.

Malditos porcos e sua gripe.