Paraguai

Enfim, hoje é o começo de um fim de semana solitário em terras extrangeiras. Cheguei aqui na terça à tarde e, já de início, percebi que nao seriam dias cheios de trabalho, mas com certeza longos dias. Todos os serviços públicos aqui funcionam apenas de manha e, quase tudo o que tenho que protocolar, demora 48 horas para ficar pronto. Resultado: acordo cedo, levo os papeis aos seus devidos lugares e volto para o hotel dormir. Claro que nao resisti e dei algumas voltas nos quarteiroes próximos ao hotel que estou e já me sinto até em casa num raio de 7 quarteiroes. Sentir-me em casa talvez seja um pouco de exagero.
Ao andar pelas ruas vi coisas que sao do senso comum de quase todo brasileiro quando se fala em Paraguai. Vi muito pobreza convivendo muito próximo a riqueza exagerada. Porém há coisas que nos surpreende, surpreendeu pelo menos a mim que cresceu ouvindo apenas coisas ruins desse país.
O trânsito é algo incrìvel. Aqui nao há carros semi novos andando nas ruas, ou sao extremamente velhos e caindo aos pedaços (essa é a descriçao dos taxis) ou sao novos, importados, caríssimos. Também nao existe preferencial nas ruas: quem vem toca na buzina metros antes do cruzamento e passa direto. Ainda nao vi nenhum acidente, o que acho incrivel.
Os ônibus sao outro atrativo. Parece que o transporte público é feito da seguinte maneira: eu compro um onibus (velho e se despedaçando, de preferência), escrevo a linha que farei no pára-brisa e vou pra rua. Cada um é de um jeito, com várias combinaçoes de cor e com uma linha diferente; pessoalmente ainda nao consegui encontrar um padrao neles, mas creio que exista.
As ruas estao tomadas de escritos no muro sobre reforma agrária, exigindo-a, e também ¨Candia asesino¨. Nao se fala outra coisas nas esquinas que nao seja a recusa do Lula em renegociar Itaipú, muitos chamando-o de ¨traidor del pueblo latinoamericano¨ e outros nomes em Guarani que nao consigo compreender. Fala-se bastante em retirar o Paraguai do Mercosul.
Para finalizar, vou deixar relatado aqui o que mais me chamou atençao. Sempre, desde pequeno, ouvi falar que paraguaios eram malandros, eram safados e passavam todos pra trás na menor oportunidade. Bem, em relaçao a dinheiro posso assegurar que a maioria nao é assim! Ja inúmeras vezes me confundi ao pagar por serviços aqui, dando mais dinheiro do que deveria e sempre, sempre e sempre, vieram me devolver. Também respondem a todas minhas perguntas de turista perdido sorridentes nas ruas. Estou adorando essa cidade.
Perdôem-me a falta de alguns assentos, esse teclado do computador do hotel me é muito estranho. Tentarei escrever mais.

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